quinta-feira, 25 de junho de 2015

CACD 2015



O edital do CACD 2015 nos reservou algumas surpresas que podem alterar toda a estratégia de estudos desenvolvida pelo candidato e/ou ressaltar eventuais erros de estratégia de preparação cometidos até o momento. Felizmente, nem todas as mudanças podem ser consideradas negativas. Vamos discutir uma a uma.

1- O TPS VOLTA A SER APENAS ELIMINATÓRIO

Embora seja uma mudança aparentemente pouco relevante, o fato de a nota da prova objetiva não ser somada à nota final contribui para distorcer o resultado. Se o TPS 2015 vai eliminar cerca de 99% dos inscritos no CACD, a prova objetiva tem uma relevância de conteúdo e conhecimento que será ignorada na etapa posterior. O ideal seria que todas as provas fossem somadas ao resultado final, de forma a que todas a habilidades testadas pelo CACD contribuíssem para a aprovação dos melhores candidatos.

2- A SEGUNDA E A TERCEIRA FASES VOLTAM A SER REALIZADAS COM INTERVALO DE ALGUMAS SEMANAS

Considero esta alteração a mais positiva de todas, porque permitirá aos candidatos em disputa a organização da preparação para etapa final de forma equilibrada. Teremos quatro semanas entre o TPS e a segunda fase e oito semanas entre a segunda e terceira fases, o que dará aos candidatos DOZE semanas de preparação do TPS até a primeira prova discursiva (de inglês, no dia 31 de outubro). 

Dessa forma, será possível ter ganhos de densidade conhecimento de aprofundamento necessários à etapa discursiva, além de eventuais correções de distorções de conhecimento das línguas estrangeiras. Infelizmente, ninguém aprenderá inglês e francês em três meses, ao contrário do que acreditam muitos candidatos, porém, aqueles que tiverem algum nível nas línguas terão a oportunidade de recuperar o tempo perdido.

3- SOMENTE 60 CANDIDATOS SERÃO APROVADOS NO TPS

Sem nenhuma sobra de dúvidas, esta foi a mudança mais apavorante para todos os candidatos. Com apenas 45 candidatos aprovados pela ampla concorrência, doze pelas cotas para negros, pardos e indígenas e três pelas cotas de deficientes, o TPS vai-se tornar, na prática, a etapa mais importante de todo o CACD.  Em função da aprovação de apenas 1% dos inscritos, a nota de corte dificilmente ficará abaixo dos 80%, o que não deixa aos candidatos nenhuma margem para desperdício de pontos.

Nas segunda etapa, teremos 45 pessoas disputando 22 vagas na ampla concorrência, 12 pessoas disputando seis vagas nas cotas raciais e três pessoas disputando duas vagas nas cotas para deficientes. De uma etapa que elimina 99% dos candidatos, passaremos para a segunda etapa com apenas dois candidatos por vaga e para a terceira etapa com menos de dois candidatos por vaga. Consequentemente, a competitividade e o nível da disputa serão menos acirrados, ao mesmo tempo em que os candidatos com melhor nível nas línguas estrangeiras terão grande vantagem  em relação aos concorrentes.
4- CONCLUSÕES

a) O desempenho de português e inglês será ainda mais decisivo para a aprovação do candidato. Com a nota de corte do TPS possivelmente na faixa dos 80%, essa duas disciplinas serão as grandes heroínas ou vilãs do resultado de cada candidato. Podemos nos perguntar: por quê? Português e inglês são disciplinas de estudo contínuo, frequentemente ignoradas ou de preparação mal planejada pelo candidatos. Além disso, trata-se de disciplinas cujo conhecimento não pode ser sintetizado e/ou decorado em um mês. Estas matérias terão as 27 questões mais importantes de todo o CACD. 

b) Não haverá margem para desperdício de nenhum item. Mais uma vez, com a nota de corte em níveis altíssimos, algumas estratégias de estudo muito populares, que privilegiam alguns tópicos em detrimento de outros e que desenvolvem cálculos mirabolantes sobre o número de questões a  deixar em branco, levarão os candidatos a um fracasso retumbante. Grosso modo, 80% dos pontos significa 90% de acertos e 10% de erros. Não se pode desperdiçar 0,25 pontos de nenhuma disciplina, de nenhum tópico. Se, até o momento, o candidato tiver ignorado alguma disciplina ou algum tópico do programa, a hora de mudar é agora. Por outro lado, não há tempo para tratar os sintomas da "síndrome de doutorado": a tentativa de aprofundar demais todos os tópicos resultará em não alcançar a cobertura geral do programa. Concentrem-se na cobertura geral das disciplinas, com leituras de síntese, aulas e exercícios - e jamais abdique das leituras.

c) A segunda e a terceira fases permitirão ao candidatos uma preparação organizada e bem estruturada. Felizmente, a organização do calendário permitirá que, a partir de agora, os candidatos possam organizar sua estratégia por etapa. Aqueles que conseguirem ultrapassar a berreira do TPS terão pela frente uma prova difícil, porém de menos competitividade, na qual o alto desempenho em termos absolutos será mais importante do que o desempenho relativo.

Por fim, a nova estrutura da prova, especialmente no TPS, privilegiará aqueles que tiverem mantido estudo contínuo de português, inglês e economia, principalmente com aulas, e tenham ganhado densidade de conhecimento em política internacional, história mundial, história do Brasil, direito e geografia. Aos que seguiram outro caminho, o jeito é intensificar os estudos de forma a ganhar o máximo de conhecimento possível, o que implica um esforço concentrado de aulas, exercícios, mas também, e principalmente, de leituras de síntese capazes sanar eventuais lacunas de conhecimento.

Boa sorte a todxs e bons estudos.

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